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O que as pessoas revelam quando a gente aprende a ler dados (ou vice-versa)

  • Foto do escritor: José Nicolau
    José Nicolau
  • 11 de nov.
  • 2 min de leitura
Os dados mostram o que aconteceu. O comportamento explica por que aconteceu. Quando entendo os dois em conjunto, começo a enxergar o marketing com mais precisão. Não como uma soma de métricas, mas como um mapa pro processo de tomada de decisão.

Cyclope lendo jornal
Para ser visto é preciso saber enxergar

Eu sempre me considerei uma pessoa observadora. Hoje, trabalho com dados todos os dias. Gráficos, dashboards, funis, taxas de clique. Tudo isso ajuda a mapear padrões, mas só ganha valor real quando consigo ligar cada número a uma intenção real. É complicado sempre identificar o elemento o que fez uma campanha performar bem ou mal. Um pico de acesso pode vir por causa de uma segmentação perfeita, mas também pode ter tido a ver com a copy que despertou curiosidade, urgência ou emoção... e nada disso aparece nas colunas do Excel (a não ser que eu fizesse testes ABCDEFGHI...).

Se os dados mostram o que aconteceu, o comportamento mostra o que motivou. Enquanto um mede a frequência, o outro revela propósito. Quando a gente olha só para os números, vemos um volume. Mas quando observamos o comportamento, ai conseguimos ver mais sentido. Mas mesmo assim, nossa capacidade de interpretação de dados é limitada. A diferença entre campanhas que realmente performam e as que apenas geram tráfego está na capacidade de identificar esses padrões.

Não tem regra absoluta: já vi anúncios com textos longos superarem vídeos curtos porque a narrativa prendeu atenção. Já vi segmentações amplas converterem mais do que filtros super específicos porque respeitavam a diversidade de intenção. Isso mostra que comportamento eventualmente produz sinais que os dados podem traduzir: se tiver alguém pra ler, é claro.

O marketing guiado por dados trouxe eficiência pra todos nós, mas também uma armadilha: a ilusão de controle. Nenhum número explica completamente uma decisão humana. Por isso, acumular métricas não é a mesma coisa que entender o público. O que diferencia bons analistas é a sensibilidade de perceber o que cada resultado significa dentro do tempo, do contexto e do sentimento de quem interagiu.

Intuição sem dados é palpite. Dados sem interpretação são ruído. A força está na combinação. A estatística aponta direção; a observação revela o terreno. Essa união: racional e empírica, é o que transforma dado em diagnóstico, e diagnóstico em estratégia. É assim que o marketing deixa de ser reativo e passa a ser preditivo. Não queremos medir o que o público fez.

Profissionais especialistas em comportamento de consumo (um nome bonito pra marketeiros) buscam entender o que seu público está prestes a fazer. Pode parecer óbvio, eu sei. Mas têm vezes que o óbvio precisa ser dito.




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